segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Eu mergulhei em ti pra me afogar, oceano.

sábado, 25 de junho de 2011

Promessa ferida

Pensara sempre eu que ela me convinha, então formei com a plenitude um pacto de cobiça; eu quis o acerto, a vantagem, a satisfação. Sonhei um dia ser perfeita.
Bastou-me esse pecado para a eternidade devorar meu fígado, e de uma mancha apenas já não era imaculada. Eu sempre quis ser o que eu quis, mas a perfeição é tão surreal que me assusta, acho que nem imaginar consigo um tecido longo todo branco. Um tecido todo branco não me cobriria um olho... Mas cobre-me a razão. Sou nublada pelo desejo de provar o que é divino, e a culpa desse querer chove uma estampa em minha testa, um pesar em meu peito.
Os meus erros são indeléveis e eu sou humana. Quero lutar contra a minha imensidão de caos, recriar-me sã, ser a essência pura de um ideal... Mas que poder eu tenho? Tenho muita esperança para nenhuma potência... Sou menos que nada, sou um algo, a vergonha do todo. Sou um sonho de fogo alheio à realidade do chão, um emaranhado confuso de palavras amarrado por um coração amargo. Estou frustrada; ferida.

Eu perdi-me em não-ser.

quarta-feira, 23 de março de 2011

A natureza da minha dor

A minha dor não parte: ela se aloja entre meus rins e é aguda, tem um nome de mulher que ressoa em meus pulmões e brinca de funâmbulo em minhas cordas vocais. A sua falsa pureza me desafia, ela parece tão fresca e tão jovem, sua carne-câncer é tão macia; seduz a incauta que sou, e como me engana, como me engana dentro do coração.


Mas é maravilhosa, em sua personificação do tiro no peito. Sabe sequestrar-me as atenções como um anjo mau, ferindo-me o âmago sempre. Devastando o meu orgulho. A tal conhece-me tão bem quanto a si mesma e nem mesmo desconfia... acerta sem ver, tem a arma perfeita e atinge-me descuidada. Ela é a arma perfeita.


Não há tratamento que resolva, não há cura. Ela é a minha fraqueza, meu passado infeliz, frustrado. Está estampada em mim e eu posso vê-la melhor do que ninguém; ela me faz sofrer, mais do que qualquer um. Lembra-me os caminhos tortuosos, os opróbrios segredados. Nem mesmo sabe deles, em mim, ela atua imagem, e não essência, uma impressão construída unicamente por minhas inseguranças.


Essa menina, essa mulher.... é um mal que não passa de um reflexo.