segunda-feira, 27 de abril de 2009

Palavra

Foi uma palavra não dita
Maldita!
Uma palavra que não foi.

Faltou-lhe sair, libertar-se,
Faltou-lhe existir;
Faltou.

E nada se ouviu,
Pois não houve nada!

Talvez agora eu saiba:
Maior impacto tem o discurso escondido

Que não viveu;
Que eu não vivi;
Que não me veio.

terça-feira, 14 de abril de 2009

No Caminho

Esqueci-me no teu peito há tanto tempo, no entanto sequer notei a minha ausência. Ainda moro em ti, e ainda morro. Morro a cada segundo separada de mim mesma e vivo a angústia de não te ter por perto. Existo no limbo de nós dois, entre a minha sanidade e o teu ser tangível. Estou presa entre passado e futuro, enquanto o presente eu ignoro.
Não sei aonde quero chegar, portanto não dou passo algum. Apenas mantenho a ligação ao sentimento morto que nós demos à luz, e vez ou outra enxergo as suas correntes impedindo-me o movimento, seja adiante ou de recuo. Fico apenas parada, pois me atenho à estrada que nunca terminaremos juntos.
Talvez eu pense demais em ti, talvez te sinta de menos. Talvez eu sinta a tua falta no caminho da minha vida: cuido que nunca soube que direção tomar antes de sermos dois... cuido que nunca fui antes de sermos.
E é triste sentir-me impotente diante das possibilidades. Imagino-te cruel, então. Suaviza a dor de não querer amar-te ainda amando. És meu carrasco, agora que me convém. E tu serás carrasco até que eu possa me libertar da tua sombra...
Porque vejo finalmente que há somente a tua sombra comigo. Tu mesmo foste embora há tempos, mudaste o destino repentinamente. Abandonaste o que criamos. Abandonaste-me.
Ainda te quero no meio do meu caminho... quero tropeçar em tua presença.
Aparece!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Mentira feita

Revolto-me com a tua cara lavada, com tuas mentiras, peças, dramas. Enoja-me esse vício de menosprezar a perspicácia dos outros seres viventes, a tua mania de copiar as virtudes que não te pertencem, a insistência em reinventar a cada cinco segundos todo e qualquer aspecto de tua vida. Odeio-te em todo o teu cinismo, apenas nele, e percebo sempre que engana a ti mesma. Eu posso ler-te como um livro aberto, preto no branco. Eu sei quem tu és.
Enfim cansei-me da tua falta de sinceridade, da tua dissimulação. Logo eu, que gosto tanto de ti! Gosto mesmo, eu te amo. Atribuo-te um valor absurdo, de preciosidade, tesouro. Tu és para mim inigualável, porque te enxergo deveras. Mas não posso dizer mais que em ti confio...
E peço:
Não teças essa teia inescrupulosa. Vive no chão, vive. Vive a tua vida! Essa da qual tu foges a cada vislumbre de liberdade. Imploro-te que não mintas mais...
Porque eu já sei.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Omegle

Stranger: Hello
You: Hallo!
Stranger: How u?
You: Wie geht's dir?
You: Wo wohnst du?
Stranger: Sorry, only speak English
You: Seulement anglais?
You: Isso não é bom...
Your conversational partner has disconnected.

*

You: Boo!
Stranger: hi
Stranger: q
You: I'm dead
You have disconnected

*

Stranger: 41
You: 41?
You: Is that a game?
You: Ok... I got it...
Stranger: yeah
You: 42!
Stranger: i'm winner
Your conversational partner has disconnected.

*

Stranger: hi!
You: Quem és tu?
Stranger: what, is that french?
You: Eu posso entender-te, mas a ti sobra a ignorância
Stranger: spanish?
You: Quem é o subdesenvolvido agora?

:B