sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Será que sofrer cansa?

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O Gosto

Um gosto; ao pensar neles me vem o mesmo gosto, sempre. Uma ânsia, um descompasso, uma impressão. Uma marca de fogo em minha carne do pescoço. Um baque, um toque, uma chamada. Um estrondo, um empurrão.
Uma coceira na garganta. E a tosse seca, seca.
O gosto.
Não provei do que provaram: não provei deles.
Mas ele vem, o gosto. E sobe amargo, vem do peito; e sai azedo, boca afora...
Sai?
Ele sempre volta.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Aprendendo

Difícil é conformar-se com o inevitável. A maldita sensação que vem do peito e sobe aos olhos em raro rio d'água salgada. E escorrerá até o fim do dia; somente outro projeto falho de viver.
O escuro do vazio não paga meus erros de aprendiz.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

What can I say?

Wanna tell you about the girl I love
My she looks so fine
She's the only one that I've been dreamin' of
Maybe someday she will be all mine
I wanna tell her that I love her so
I thrill with her every touch
I need to tell her she's the only one I really love

Hey, hey... What can I do?

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Meu Amor

É tão forte... tão forte que me machuca. É tanto que me transborda, tão bom que temo deixar-me mal a sua falta. É todo dia, toda hora, todo tempo.
O meu amor é mais do que eu. Eu me curvo à sua grandeza, eu sou escrava. Com gosto, escrava do meu amor. O meu amor é tudo. É onde; é o quê; é como; é quem; é porquê vivo. O meu amor é meu exagero e é também o motivo de eu ser assim, tão exagerada.
O meu amor é meu erro. Mas é meu erro melhor calculado. O meu melhor erro. A minha própria falha bem-sucedida.
Ele é meu, o meu amor. Ninguém ama com ele, e eu me sinto bem com a sua presença. Eu o amo.
Eu não tenho vergonha do meu amor.
Não me entenda mal... eu não amo demais. Eu amo do meu jeito: eu amo o meu próprio amor.

Frank

Chora ouvindo Moon River, chora. E pensa que nem mesmo o Frank pode te entender agora, porque ele já bateu as botas, darling.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Ela

Ela simplesmente existe.
Está lá, vivendo a vida dela, cultivando todo e qualquer aspecto de sua personalidade batida e previsível. Eu a odeio, e quando penso nisso sinto vontade de chorar. Não quero odiar ninguém, principalmente Ela. Ela é digna de piedade, e pena dela é o que eu devia sentir. Tudo é tão errado quando a vejo. Ela parece feliz, mas eu sei que anda triste. E que chora, como eu choro quando penso nela. Mas Ela não chora por mim. Chora por minha culpa.
Por minha culpa, um balde de água fria às três da madrugada. Por minha culpa, um beliscão no antebraço durante um sonho com as estrelas. Por minha culpa, o fim. A realidade acertou-a no peito, na cabeça e na boca do estômago. E eu peguei o arco. E eu armei a flecha.
Ela me odeia. Mas não quer me odiar porque ainda não me conhece. Então sangra, porque gosta. Sangrar é melhor do que a angústia de ferir, e Ela sabe. Grita do submundo que é minha culpa, enquanto morre eternamente num mar vermelho. Criaturas negras voam ao meu redor e todas dizem que é minha culpa, porque é. É minha culpa.
Eu a odeio, mas não gosto disso.
Dela eu descobri que também tenho pena. E isso me destrói.
Ela me tortura em troca de um sorriso amarelo que durará dez segundos.
Mas Ela gosta.

domingo, 11 de novembro de 2007

A Busca do Mundo em Technicolor

Mandou-me fazer o que eu não queria e me chutou para fora de um sonho bom. Não gostei. Não gostei mesmo, vou gostar do que não me adianta?
Andei pela rua arrastando os pés, a mão no bolso. Parecia uma tragicômica personagem de cinema mudo. Vagava num mundo sem cor, num mundo sem a voz do bem-te-vi. Nada bem me via. Preto e branco, preto e branco. Nada mais.
Vejo meus lábios se moverem em um lamento e eis que na tela, em letras caprichadas, surge: "A vida? A vida é a dor de quem ama!"
A vida é a dor de quem ama... e se joga na cama, sem o prazer de ser amado.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Coisas

Hoje tive algo bom dentro de mim. Era uma vontade, era uma música, era um sentimento, era uma coisa. Era demais!
Explodiu no interior e me iluminou como lanterna de festa junina.
Senti até os olhos mais claros! Daí eu pude ver melhor: eu vi um urso comer bafo de criança capeta. Isso foi no céu.
Mas eu não olhei pra cima, não.
O urso era branco, mas eu não quero que ele seja polar. No Pólo Norte faz muito frio. Eu quero que o Urso-Come-Bafo more num país tropical. Mas não no Brasil, porque aqui tem muita sujeira e ele ia acabar ficando cinza. Eu imagino o Urso-Come-Bafo comendo bafo na beira da praia, de camisa estampada e shorts coloridos. Será que na beira da praia faz muito calor para um urso? Mas ele come bafos... Bafos geralmente são refrescantes.
É por isso que eu uso Colgate, deixa o meu hálito refrescante pra ajudar o Urso-Come-Bafo a não morrer de calor na beira da praia.

sábado, 3 de novembro de 2007

Pane Moral

Eu tenho fixação pelas pessoas.
Reparo em cada traço da personalidade de todos que estão à minha volta. Chego a perseguir, espionar. E estou sempre lá, procurando algo a mais. Eu quero saber tudo sobre todos, eu preciso ser um pouco dos que me cercam. Algo que não seja meu, que não me seja. Já me encontrei e não sou suficiente. Eu não correspondo às expectativas. Eu busco o ideal dentro da pele que não me recobre.
Eu me interesso? Eu me vicio.
Então torno-me dependente: eu sou dependente da peculiaridade alheia. Em mim se contorce algo que grita, grita pelos mistérios do outro. Eu quero o outro, somente o outro me satisfaz.
Eu não me basto. O que tenho, o que sou, o que faço, o que crio... nada é de fato o que eu quero. Nada me agrada.
E nada agrada a ninguém.

Eu quero ser invejada.
Dê-me a perfeição do que não me pertence, e então serei completa.
Dê-me alguém para tomar estas palavras pensando em mim, e então não serão mais minhas palavras.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Idiota

Eu tô muito fula da vida, ok?
Saco, saco, saco!
Merda.
Aaaah, que droga!
Eu só quero parar de ser tão otária...
Só isso, mesmo.
Cabô.
Tchau!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

O Diabinho

Ele ficava sentado no meu ombro esquerdo. Sempre balançava as pernas de maneira infantil e despreocupada, encarando os próprios pés vermelhos. Era o meu diabinho. Ele ria demais. E me dizia cada coisa! Pra ele era tudo muito engraçado. Mas o diabinho me deixava nervosa. Às vezes ele me botava bobagem na cabeça... tinha uma visão muito desconfiada da vida para uma simples figura imaginária. Além disso, sua opinião era por demais independente da minha. Então, depois de algum tempo, passei a acreditar que ele de fato existia. E por que não? Afinal eu o sentia, eu o ouvia, eu podia vê-lo. O diabinho era tão real quanto eu.
Uma vez ele me falou tanto caso chatinho ao ouvido que gritei com ele. Pedi que sumisse. Pedi, não. Mandei, ora. Era meu diabinho, não era? Pois que podia fazer com ele o que quisesse.
Enfim... Mandei que sumisse. E não é que me obedeceu? Sumiu. Não o vi por tanto tempo que até me esqueci do pequeno. Não me fez falta o dito cujo por alguns anos.
Até que um dia... faltou-me maldade. Enganaram-me, veja você. A mim, que sempre tivera um diabinho. E então me bateu que talvez não o tivesse mais.
Pensei: Será que meu capetinha encontrou ombro melhor no qual se empoleirar? Estaria resmungando besteiras aos ouvidos de outro alguém? Como pude ser tão arrogante a ponto de achar que algo tão recheado de malícia poderia vir de mim e a mim somente servir?
Nossa, quantos pensamentos desconfiados.
Desconfiei.
E nessa hora olhei para meu lado esquerdo.
Os olhos negros do safadinho brilhavam, me fitando. As mãos, na frente da boca, tentavam sem sucesso esconder os dentes mais pontiagudos de um sinistro sorriso.
Sabia que estava de volta, a minha pequena malícia.
E descobri que nunca me abandonara... só me pregara uma peça.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Que merda...

M: Eu queria que meus talentos fossem reconhecidos.
P: Que talentos?
M: Exatamente...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Vontade

Queria eu, de existência tão monótona
Ver-me em um dos tais contos de fadas,
Sustentar fantasias em estruturas de papel.

E dar-me asas de algodão,
Passear pela imensidão
Do céu.

E eu arranjaria pequenas desventuras.
E eu viveria grandes emoções.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Nossa Vela

Tu me causaste tal ardor, e de tal modo
Que em base nos teus mesmos toques calorosos
A velha chama em mim se acende a cada dia.

Muito Doces

Eu quis parar os ponteiros do relógio
Ficar ao teu lado e segurar-te a mão
E quis cobrir com meus beijos a tua face
Ver as estrelas no céu deitada ao chão

Lembro-me do que disseste aquela tarde
E meu coração dispara em correria
Desde aquele tão perfeito, tão momento
Penso em ter-te tantas vezes, todo dia

domingo, 7 de outubro de 2007

Natural

Dum par de olhos cor de âmbar pude tirar o azul do céu. Minhas mãos tremeram por não ter onde me apoiar, e vi que o vazio era muito maior do que todos nós pensávamos. E estava em todo lugar, nos rodeando, encurralando-nos. Sendo-nos.
Banal, natural.
Era a vida, enfim.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

A Formiga, os Gigantes e a Montanha.

Mínima, indefesa, sozinha. Viu-se perdida em uma selva de predadores descomunais, todos decididos a provar-lhe a carne, mesmo sendo ela insuficiente para matar-lhes a fome. Olhos vermelhos como a peste, que a sugavam para dentro de suas negras pupilas, para um buraco negro de dor, angústia e mais dor. Patas enormes munidas de garras, garras que a cortavam e fatiavam, a ponto de não haver mais de onde sangrar. Corpos imensos e gordos, que a esmagavam na hora da investida, quebrando-lhe os ossos de novo e de novo.
Porém... Tudo inútil.
Ela não cedeu, mesmo que se visse suplicando pela morte. Não sabia como, mas resistia. Nem mesmo queria continuar! Porém agüentava... E isso fora suficiente para perceber que naquele mundo de gigantes, sua pequenez era a virtude a se cobiçar. Atacavam-na os predadores, pois seus corpanzis invejavam seu espírito imenso, que transbordava, de tão pequenina a caixa. Em cada um deles, uma minúscula alma se debatia. Havia em seus corpos tanto espaço livre que não existia a necessidade da alma transpassar o corporal. Contentavam-se seus espíritos com o que conheciam dentro da casca.
E aprendendo isso, ela não sentiu mais dor. O que crescia agora era o seu corpo, suas feridas se curando, sua carne se refazendo, seus ossos intactos novamente. Ela era uma montanha. E qualquer gigante que nela pisasse não faria a menor diferença.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Canta

Canta.
Canta a tua vida, a tua alma, canta-te de dentro pra fora, de fora pra dentro. Canta o Sol que quer nascer, canta o mar, a água, canta com o grilo que toca, canta com a ave que canta.
Canta a voz que Deus te deu, essa voz que é só tua, que é o teu DNA.
Canta o amor que tu tens por cantar.
Canta até te acabar, canta.

Dans le magasin des fantaisies...

Aujourd'hui j'ai vu un(e) transformiste français(e).

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

3321-5000

"Meu nome é Tatiana Brasil, eu estou à procura de um ativo, porque eu sou totalmente passiva, que me assuma. Que me assuma com uma casa, como uma verdadeira mulher."

sábado, 11 de agosto de 2007

Ele

A sua perfeição só faz crescer em mim a dúvida... Me pega pela mão e me diz que você é só meu, assim como eu sou apenas sua.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

E hoje em dia...

Como é que se diz eu te amo?

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Viver

Não me importa mais se o tempo passa, o que me importa é como eu o assisto passar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Tão Longe

Eu procurei seus olhos, levantei meus braços, estiquei os dedos, eu alonguei ao máximo cada músculo do meu corpo.
E eu não lhe alcancei!
Faltou que me estendesse a mão...

sábado, 21 de julho de 2007

Quebra de contrato

Corrompi o imáculo sagrado daquilo que encarei até pouco tempo como secreto. Traí a minha própria confiança, espalhei aos quatro ventos algo que deveria ter guardado a sete chaves. Não pude me conter, tu sabes... Veio-me aquela coceira na garganta, a palavra caminhando involuntária pra fora da boca, criando asas, criando voz. Saiu. Foi culpa daquela coisa que todo mundo tem, aquilo que não podemos negar. Acho que se chama "humanidade". Talvez seja "instinto primitivo". Ou quem sabe... bem... talvez seja a fofoca, mesmo.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

A sua culpa

Quando eu digo que amo você tenho medo de estar falando sério.
Tenho medo de que seja realmente como me sinto, tenho medo de não haver mais nada que eu possa fazer. Receio que talvez você seja aquela pessoa ideal que mamãe me disse para proteger a unhadas e mordidas e pontapés e socos e tapas assim que aparecesse na minha vida. Tenho medo de não ter conseguido fazer isso. Tenho medo de ter fracassado, porque se era minha obrigação, eu sei que não a cumpri. Não quero pensar que você está me esperando para recomeçar o que não terminamos, porque isso não é o que você quer pensar. Eu queria nunca ter dado uma pausa, eu queria ter você sempre, pra sempre. Tenho medo de querer o que você não quer, tenho medo de inventar o nosso futuro, juntos. Eu tenho medo de me iludir.
Mas talvez o meu maior medo seja de saber a verdade. Saber o que é o amor, se é mesmo isso que eu sinto dentro de mim quando você me olha no olho e me diz o que você pensa. Não são palavras bonitas pros outros, longe disso, mas pra mim basta, porque são suas. Pra mim você explica um mundo.
Poxa, eu quero ouvir a sua voz bem no meu ouvido de novo, vai, desta vez me dizendo para eu não ter medo nunca mais.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Verdade?

Isso é o que ELES querem que você pense.

sábado, 23 de junho de 2007

Você, hein?

Eu sinto que você vai me fazer sofrer bonito. Posso prever quantas vezes ficarei de cama por sua culpa. Vejo agora mesmo o futuro feliz que NÃO terei ao seu lado. Já comecei a medir o tanto de lágrimas que chorarei por você ter me deixado. Não sinto mais o meu coração, você conseguiu, conseguiu arrancá-lo do meu peito como se ele fosse só um enfeite barato que bate, bate. Pois ele já não bate mais. No lugar do meu coração você deixou um vazio que só uma pessoa poderia preencher (quem será, hein?). E de ruim que você é, prefere me deixar solta num mundo de fantasias onde eu penso que algum dia poderei tê-lo de volta. Que droga, cara. Você vai pro Inferno só porque não quer me levar pro Paraíso?