Em meus caminhos nunca vi tão triste
Alma a errar-se em tanta linha reta,
E percebi da essência do poeta
Um trôpego porquê que inexiste:
O seu abarrotado caos insiste
Em perturbar-nos logo a face quieta
E pintar-se de tons que nunca viste,
Negando o não ser que o acarreta.
Pobre de quem nem mesmo pisa o chão,
Sobrevoando às nuvens a razão,
Íntimo da realidade abstrata;
Nunca há de saber do sim ou do não,
A esmo na agridoce condição
Eterna de viver nefelibata.