quarta-feira, 24 de março de 2010

Nefelibata

Em meus caminhos nunca vi tão triste
Alma a errar-se em tanta linha reta,
E percebi da essência do poeta
Um trôpego porquê que inexiste:

O seu abarrotado caos insiste
Em perturbar-nos logo a face quieta
E pintar-se de tons que nunca viste,
Negando o não ser que o acarreta.

Pobre de quem nem mesmo pisa o chão,
Sobrevoando às nuvens a razão,
Íntimo da realidade abstrata;

Nunca há de saber do sim ou do não,
A esmo na agridoce condição
Eterna de viver nefelibata.

9 comentários:

  1. Adorei, você é mestra na combinação de palavras.

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  2. Lindo o poema. Você realmente consegue chegar no ponto. Fantástico.

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  3. Me fez ir às nunvens!
    Muito bom. Já acho desnecessário ter de ficar elogiando, afinal foi você quem me incitou a começar a escrever (mesmo sem saber =D).

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  4. Tá melhorando, priminha. Você chega lá! haha, beijão :)

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  5. Meus parabéns pelos poemas, que demonstram uma notável consciencia formal para alguém da sua idade. Voce tem talento.

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  6. Opa, opa... orgasmo cerebral. Putz.

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  7. Saudades de ler qualquer coisa sua...

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