terça-feira, 14 de abril de 2009

No Caminho

Esqueci-me no teu peito há tanto tempo, no entanto sequer notei a minha ausência. Ainda moro em ti, e ainda morro. Morro a cada segundo separada de mim mesma e vivo a angústia de não te ter por perto. Existo no limbo de nós dois, entre a minha sanidade e o teu ser tangível. Estou presa entre passado e futuro, enquanto o presente eu ignoro.
Não sei aonde quero chegar, portanto não dou passo algum. Apenas mantenho a ligação ao sentimento morto que nós demos à luz, e vez ou outra enxergo as suas correntes impedindo-me o movimento, seja adiante ou de recuo. Fico apenas parada, pois me atenho à estrada que nunca terminaremos juntos.
Talvez eu pense demais em ti, talvez te sinta de menos. Talvez eu sinta a tua falta no caminho da minha vida: cuido que nunca soube que direção tomar antes de sermos dois... cuido que nunca fui antes de sermos.
E é triste sentir-me impotente diante das possibilidades. Imagino-te cruel, então. Suaviza a dor de não querer amar-te ainda amando. És meu carrasco, agora que me convém. E tu serás carrasco até que eu possa me libertar da tua sombra...
Porque vejo finalmente que há somente a tua sombra comigo. Tu mesmo foste embora há tempos, mudaste o destino repentinamente. Abandonaste o que criamos. Abandonaste-me.
Ainda te quero no meio do meu caminho... quero tropeçar em tua presença.
Aparece!

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