terça-feira, 31 de maio de 2016

Tinta

A carência dela é um branco amarelado de bilirrubina
emoldurando os olhos.
Minha vista é embaçada de toda a culpa
por se furtar da paleta o tom de um rio que desce:
lágrima.

Iridescente só
o seu azul,
nós dois somos feitos da noite a transbordar pupilas
e o preto quando é mesmo é aquela cor nenhuma,
cega, ao mesmo tempo que
sólida,
teimosa em tingir tudo de si.

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